sexta-feira, 29 de abril de 2016

Amor à Pátria

O cenário atual de nosso país tem me feito refletir sobre nação, "é bonito de ver o povo nas ruas, todos querem a mesma coisa",disse meu filho, partindo de algumas citações literárias e trechos bíblicos deixo aqui minha opinião.

Três âncoras deixou Deus ao homem: o amor da pátria, o amor da liberdade, o amor da verdade. - Rui Barbosa

Vimos, ouvimos e sentimos! Nós ainda amamos nossa Pátria, somos um só povo, falamos uma só língua e se continuarmos assim, futuramente nada nos impedirá de executar todos os nossos empreendimentos. Não podemos nos deixar confundir pelas várias ideologias que nos são apresentadas, “as diferentes linguagens”, pois isso acarretará que já não compreendamos um ao outro (alusão à Gênesis 11:6 a 7).

“O sentimento que divide, inimiza, retalia, detrai, amaldiçoa, persegue, não será jamais o da pátria. A Pátria é a família amplificada.” – Rui Barbosa – 1903.

Precisamos cultivar o amor a Pátria em nós, nos nossos jovens e em nossas crianças, este sentimento é importantíssimo, pois uma nação é formada pela “multiplicação das famílias”. Nas famílias encontramos os valores de fortaleza: honra, disciplina, coragem, fidelidade, amor, sacrifício, segurança. Se deixamos estes elementos de lado, nos tornamos presa fácil, qualquer conversa nos convence, simplesmente nos deixamos levar. Não podemos trocar a verdade pela mentira.

 “Esta gente vem contra nós,com insolência e orgulho, para nos aniquilar, juntamente com nossas mulheres e nossos filhos e para nos despojar; nós, porem lutamos por nossas vidas e nossas leis. “I Macabeus 3, 20 a 22

A Pátria não é uma pessoa só, somos todos nós, a massa. A Pátria não é uma idéia, ou um governo, ela é o amor, a fraternidade e o respeito. O custo de não amarmos mais, de não enxergarmos o outro, e perceber que o coletivo nos atingi, será a perda de nossa liberdade. Temos que enraizar os sentimentos que nos salvam. Precisamos resgatar em nós, as origens, o berço, a paixão pela terra natal e mais do que isso, ensinar e inflamar nossos filhos. Eles se fortalecerão, cuidarão e serão interessados no bem comum, na política e nas legislações. “Dos filhos deste solo és mãe gentil. Pátria amada Brasil.” -  Hino Nacional Brasileiro

Escolhi o texto abaixo para finalizar, pois ele mostra o quanto é importante: a vigilância, a mansidão ao confrontar as pessoas no dia a dia e o questionamento sincero e imparcial.

“Um dia vieram e levaram meu vizinho que era judeu.
Como não sou judeu, não me incomodei.
No dia seguinte, vieram e levaram
meu outro vizinho que era comunista.
Como não sou comunista, não me incomodei.
No terceiro dia vieram
e levaram meu vizinho católico.
Como não sou católico, não me incomodei.
No quarto dia, vieram e me levaram;
já não havia mais ninguém para reclamar...”

Martin Niemöller - 1933 - Símbolo da resistência aos nazistas.

Oração:
 Ajuda-nos Senhor a sermos conservadores. Amém.

sexta-feira, 1 de abril de 2016

Ressurreição Bordada



Bordado livre feito a mão é uma arte quase esquecida. Li outro dia numa revista que jovens estão tentando resgatar este trabalho manual. A lembrança de ver suas avós bordadeiras com o tecido, a agulha e as cores nas mãos despertou  a vontade de aprender esta arte.

Eu gosto de bordar,  ver o desenho aparecendo aos poucos, sentir a tranquilidade de trabalhar devagar, pois não tenho prática , meditar sobre o que o desenho representa para mim, pensar na pessoa para quem desejo presentear, ou simplesmente saborear o momento.
Para celebrar a Páscoa do ano passado, bordei o estandarte da foto anexada neste post. Foi uma preparação pessoal para a Páscoa. Ao longo da confecção do bordado, lembrei-me que Jesus foi preparando os seus discípulos aos poucos , em vários momentos diferentes, bem devagar, porque eles não conseguiam visualizar o que Ele queria ensinar, não entendiam a Ressurreição.

Para Páscoa deste ano, queríamos conosco, em nossa casa, as crianças da Casa Naim (Abrigo de crianças e adolescente em situação de risco), aquelas crianças mais achegadas a nós, as que tem bordado em nossa vida, estampado dentro de nossas lembranças: seus sorrisos, suas histórias, suas conquistas e seu jeito de ser. Elas bordaram nas “dobras de nosso coração” como dizia Santa Clara, para nunca esquecermos delas.

Outras  famílias acolhedoras reportaram suas experiências para nós, este ano bordamos a Ressurreição juntos, cada família, do seu jeito, cada uma em sua casa.

Uma família, fez seus próprios ovos de Páscoa, mãe e filhas juntas na cozinha preparando as surpresas para a criança acolhida que passaria a Páscoa com elas, o Pai cuidou do churrasco no domingo e o coelho da Páscoa se encarregou do “caça aos ovos” com pistas pela casa toda. Eles convidaram seus familiares e a alegria da partilha foi enorme. Esta mãe estava muita emocionada em reportar a alegria de ver suas filhas dividindo tudo: casa, cama, mesa, pessoas , brinquedos e chocolates com a criança que chegou para fazer parte.

Outra família, viveu cada dia com muita delicadeza neste feriado, com outra criança da Casa Naim. Madrinha e afilhada: pintaram, nadaram , passearam, dormiram, tudo juntinhas! Teve até uma oficina de macaron que outros membros da família vieram ensinar. E a madrinha virou A Fada do Dente, pois o dentinho da criança caiu!

Lindo também, foi a família que levou a criança para sua casa e participaram das celebraçoes de Pascoa na Igreja. Corações que se encontram na mesa do Senhor!

A nossa história foi assim:

No sábado de aleluia logo pela manhã já estávamos todos juntos, eu, meu marido, meu filho e mais 4 eufóricas crianças. Neste dia, aproveitamos para comemorar o aniversário de 8 anos do meu filho, que já estava se aproximando.
Brincaram a tarde toda até à noite, uma grande farra, depois do banho assistiram um filminho para acalmar. Minha sobrinha se juntou à turma e ficou para dormir em casa também. Meu sobrinho de 2 anos, que começou a andar a poucos dias, queria ficar no meio das crianças de qualquer forma, não queria ir embora não. Era criança para todo lado 7 ao todo.

Hora de dormir, todos deitados, aos poucos o silêncio começou a chegar, os olhos se fecharam e os anjos da guarda puderam descansar. Lembrei-me do sepulcro, da solidão da longa noite, da tristeza dos discípulos, da morte de Jesus. Pensei na realidade sofrida de cada criança e como era bom pode-las abraçar e cuidar.

O dia amanheceu, e a Ressurreição chegou com ele, alegria, Jesus Ressuscitou !

Tivemos um maravilhoso almoço de Páscoa. E neste ano o estandarte foi tecido em nossa alma, por cada criança, por nossos familiares, pela misericórdia de Nosso Senhor Jesus e pelas outras famílias que compartilharam conosco suas experiências de Ressurreição como família acolhedora nesta Páscoa.

Obrigada Senhor, o bordado ficou pronto, os pontos não são iguais, tem tamanhos diferentes, não é perfeito, mas ficou lindo e vai durar para muitas gerações! Amém!